domingo, 3 de janeiro de 2016

Um Pouco de História.. O Inicio da G-Marx Custom Guitars



O que é Luthieria ?


Luthieria vem da palavra Luthier, entendeu ? Não ? Ok, então vou lhe explicar o significado da palavra:

Luthier : é um profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de cordas com caixa de ressonância, mas não daqueles dotados de teclado. Isto inclui o violão, violino, viola, violoncelo, contra-baixo, viola da gamba e todo tipo de guitarra (acústica, elétrica, clássica), alaúdes, archilaúdes, tiorbas, e bandolins.


 A palavra luthier é francesa e deriva de luth (alaúde). O termo luteria (do francês lutherie) ou luteraria designa a arte da construção e reparos em instrumentos de cordas ou por metonímia ou ateliê ou loja desses instrumentos.



 A Carreira até aqui ...


A Historia começa em 2005, quando comecei a restaurar um violão Giannini trovador, que foi do falecido pai do meu amigo Felipe.


  É evidente que eu não sabia muita coisa sobre instrumentos, na verdade eu sempre gostei mas mal sabia fazer alguns acordes ou notas em um violão. Porém, desde criança eu ja tinha certa habilidade com madeira, visto que eu fazia meus próprios brinquedos e também miniaturas de obstáculos (rampas, mini-escadarias, half-pipes, etc..) Isso tudo para os famosos skates de dedo que foram febre no final dos anos 90. E não parou por ai, eu fazia muita coisa com madeira e qualquer outro tipo de material, pois passava muito tempo vendo meu pai trabalhar fazendo diversas atividades envolvendo habilidades manuais. Eu cresci em meio as ferramentas e sempre inventando coisas.


A um passo da luthieria


O primeiro violão que consertei  foi um Giannini trovador.  Lembro me que era um violão marrom e estava horrível. Eu e meu amigo Felipe começamos a ideia de restaurar o tal violão, pois era memória e herança de seu falecido pai.


Tiramos toda aquela tinta marrom medonha,  fiz um cavalete muito parecido com o cavalete original do violão, e usei um pedaço de imbuia de uma antiga porta que estava  aos pedaços em algum lugar do meu quintal na época. Felipe apenas ajudou a lixar o violão, mas o trabalho de reforma ficou todo por minha conta, depois de lixado eu colei o cavalete que fiz de imbuia e passei varias demãos de tinta incolor (verniz), usando um pincel comum.


 Confesso que o violão ficou muito bonito , muito melhor que quando ele trouxe, pois  estava todo descascado e aquela cor marrom horrível na qual me lembro até hoje. Sem cavalete e sem cordas,  não funcionava, estava largado e conseguimos reviver o antigo trovador.  Não ficou tão ruim o trabalho mas também não ficou uma coisa profissional pois na verdade eu não sabia  absolutamente nada sobre luthieria nesta época.

 O fato é que o violão retornou a vida.. Meu amigo ja sabia algumas notas então colocou as cordas e afinou o violão e eu pude ver pela primeira vez o resultado do meu trabalho em um instrumento, a sensação é muito boa... Sem palavras !!!  Você pegar um violão todo detonado e conserta-lo, depois ouvir o seu som é muito satisfatório. Foi meu primeiro trabalho como luthier.


Logo depois disso, no inicio de 2006 eu comprei meu primeiro violão, um violão bem detonado, que  era de uma cor verde azulada bem horrível... Paguei 25 reais na época, e já tinha uma ideia para reformar este também, pois seria então o meu primeiro violão, onde aprendi as primeiras notas. Este já ficou  melhor que o primeiro que eu pintei, o acabamento final ficou de um brilho impecável, e também comprei tarraxas novas em uma loja de instrumentos aqui de Curitiba. Antes de comprar a tal tarraxa eu estava pesquisando tudo sobre violão (construção, tipos de madeiras que são usadas e a coisa toda), e junto a isso meu gosto pela musica também começava a evoluir.  Infelizmente não possuo fotos deste violão, mas lembro que antes de me desfazer desse instrumento, ele ja estava condenado por cupins.. Por um descuido meu. Mas como diz meu amigo e luthier  Mauro: "É assim que a gente aprende"..  E assim fui aprendendo.

O terceiro violão,  foi no mesmo ano.. Um Di Giorgio também herdado de  um pai falecido de um amigo. Certamente que meus  amigos sabiam que não era um trabalho profissional, pois na época eu cursava o terceiro ano do ensino médio, mas ao ver o meu violão e saber que o trabalho ficou bacana, eles sempre contavam uma história de um violão herdado que estava a tempos esquecido em algum forro ou qualquer canto e sem uso. Prontamente eu me candidatava a reformar estes violões velhos e sem uso, pois além de ter o prazer de trazer a vida um instrumento, eu também aprendia cada vez mais e mais sobre a arte da luthieria. E assim continuou e não parou mais, outros violões foram surgindo até começarem a surgir as guitarras elétricas por aqui para uma geral.


Fui estudando em sites, vídeos e conversando com luthiers aqui de Curitiba sobre luthieria, tipos de madeiras, além de cursos de eletrônica para  entender melhor como funcionam os instrumentos elétricos e tipos de captadores, resistências (potênciometros), capacitores, amplificadores enfim.. Tudo o que  envolve instrumentos em geral. Isso até comprar minha primeira guitarra, que serviu de cobaia  para  as expêriências e plataforma de estudo. Desde então,  não parou mais.


Trabalho mais com guitarras e violões, mesmo como hobby e profissão, pois afinal  não posso trabalhar de graça, e deve-se cobrar um preço honesto e justo pelo trabalho realizado, em sua totalidade se resume a regulagens, reparos leves e customizações. Ainda não tenho as ferramentas para construção de guitarras partindo das primeiras  etapas (madeira - secagem - corte- inicio de projeto), pois até o presente momento eu trabalho com as peças já prontas ou faltando acabamento. Outra  coisa que ainda não tenho condições de realizar é pintura, pois  envolve máquinas e  equipamentos que no momento não possuo.


Além de guitarras e violões, ja realizei reparos em variados instrumentos (contra-baixo, viola caipira, cavaquinho, banjo, cigar -box, gaitas de sopro e outros mais); São bem raros de aparecer , mas vez e outra tenho o privilégio..



Nasce a ideia :   G. Marx Custom Guitars



Venho desenvolvendo um  pequeno ateliê de luthieria e outros trabalhos, no qual a cada dia cresce um pouco mais, ainda com dificuldades que com o tempo e dedicação vem sendo ultrapassadas.
 

  A ideia surgiu em 2009, porém agora que venho dando um "gás" e investindo mais  em ferramentas e importação de peças, para  atender os amigos músicos.
 Surge uma logo, porém ainda não como negócio, mas como uma atividade secundária, além de ser um hobby fascinante e muito prazeroso, o trabalho dedicado ao conserto e reparo ou regulagem em qualquer instrumento de cordas.


   Obviamente que músicos mais experientes, com instrumentos de valor inestimável já tem seus luthiers a muitos anos, pois acima de tudo o trabalho realizado envolve toda confiança na pessoa que esta prestes a mexer em sua jóia e realizar um reparo ou mesmo uma customização. Mas a cada dia a confiança no meu trabalho vem aumentando, além do preço mais justo e acessível (pois trabalho sozinho e o negócio ainda não é uma empresa).

Os músicos que tem confiado no meu trabalho estão satisfeitos com os resultados, seja uma simples regulagem ou um pequeno reparo, a coisas um pouco mais complexas, mas sempre que é possível realizar um trabalho que não envolva um certo risco ao instrumento (bem como o tipo correto de ferramenta a ser utilizada) ou seja, quando o projeto esta dentro das minhas possibilidades de realiza-lo, com certeza será feito e com muita dedicação.

Infelizmente se o projeto está além da minha  capacidade (por falta de maquinas e ferramentas especificas) estarei sempre indicando os melhores, pois como musico e amante das minhas guitarras eu sei que o que a gente procura é uma pessoa honesta que faça um trabalho perfeito e decente ao nosso instrumento.

  Já pensou em levar sua guitarra em um luthier que cobre caro e faça alguma merda como danos irreparáveis ???  Pois é, este é o maior medo e a grande duvida do musico ao levar seu instrumento seja para uma regulagem simples ou uma coisa mais  séria como pintura, troca de trastes e outros mais sensíveis, por isso deve - se confiar nas mãos do luthier que vai realizar algum reparo nas suas preciosas jóias musicais.
(Nota: O texto acima foi escrito em 27/09/2013)




Os Primórdios da G-Marx :





Alguns dos primeiros trabalhos que se tem registro em foto
























G-Marx hoje - 03/01/2016 :

Temos ampliado nosso espaço, e investindo em ferramentas, para melhor atender a todos os músicos que nos procuram, seja para uma customização ou regulagem mais simples, pois além do desafio desse tipo específico de serviço, estamos sempre pensando em como melhorar cada vez mais o nosso atendimento e a qualidade final do nosso trabalho.









Próxima postagem falaremos sobre as primeiras guitarras Marx !!!
















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